As atualizações mais recentes de ordens reguladoras acenderam um sinal claro para empresas de todos os setores: a gestão de riscos não pode mais ser tratada como função periférica ou puramente reativa. A velocidade das mudanças, o nível de detalhamento exigido e o uso crescente de tecnologias avançadas por órgãos fiscalizadores estão transformando riscos e compliance em eixos centrais da estratégia corporativa.
A lógica que guiava o compliance há uma década — baseada em processos formais, revisões pontuais e respostas a demandas externas — já não se sustenta. Hoje, o ambiente regulatório é dinâmico, interdependente e altamente fiscalizado, e exige um modelo de governança mais ágil, transversal e sustentado por dados. Neste blog, confira o impacto dessas mudanças e caminhos para enfrentá-las de maneira estratégica.
Boa leitura!
O que você vai encontrar neste blog:
ToggleVetores que redefinem o jogo regulatório
Três mudanças recentes ajudam a entender por que a gestão de riscos regulatórios precisa ser revista agora:
1. NR-1 e a gestão de riscos psicossociais
A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) estabelece as disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho no Brasil. Antes das atualizações recentes, a NR-1 tinha foco majoritário em aspectos físicos e ambientais, além de orientar sobre treinamentos e direitos e deveres das partes envolvidas. Com a mudança, a norma avança para incluir de forma expressa e obrigatória a gestão de riscos psicossociais, reconhecendo que fatores como sobrecarga de trabalho, pressão excessiva por resultados, assédio, isolamento social e falta de apoio organizacional afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores. Isso significa que empresas precisam identificar, avaliar e controlar esses riscos com a mesma seriedade aplicada aos riscos físicos

2. Ampliação das exigências ESG
Antes das mudanças recentes, a maioria das organizações elaborava relatórios de ESG de forma autônoma, com liberdade para escolher quais indicadores apresentar e quais metodologias adotar, o que gerava grande variação de qualidade e comparabilidade entre empresas e setores. Agora, o cenário é outro: reguladores e entidades setoriais estão estabelecendo critérios padronizados, métricas obrigatórias e exigências de evidências auditáveis sobre desempenho. Isso inclui indicadores claros de emissões, gestão de recursos naturais, diversidade e inclusão, integridade corporativa e práticas de governança.
3. Fiscalização orientada por dados e inteligência artificial
Com a transformação digital e as recentes atualizações, órgãos fiscalizadores agora operam com sistemas de análise de dados integrados, algoritmos preditivos e inteligência artificial, permitindo cruzar informações de múltiplas bases em tempo real. Isso inclui dados fiscais, ambientais, trabalhistas, de mercado e até mesmo de fornecedores e parceiros. Assim, irregularidades podem ser identificadas antes mesmo de uma inspeção física, e empresas com sinais de risco elevado passam a ser priorizadas nas agendas de fiscalização.
Essas mudanças elevam o grau de responsabilidade e reduzem margens de erro, demandando processos mais robustos e inteligentes. Para contextualizar e aprofundar sua leitura sobre gestão de riscos, acesse nosso e-book Gestão Estratégica + Gestão de Riscos e veja as etapas para uma integração inteligente e que aumenta a resiliência de negócios.

Integração e cultura: o núcleo da nova governança
Para empresas de médio e grande porte, a adaptação não se resume a novas políticas. É necessário:
- Integrar áreas como jurídico, compliance, RH, TI e operações em um único fluxo de gestão de riscos regulatórios.
- Incorporar conformidade à cultura organizacional, transformando-a em prática diária.
- Assegurar rastreabilidade de dados e evidências em formatos compatíveis com exigências regulatórias.
O desafio cresce à medida que riscos regulatórios se conectam a riscos cibernéticos, ambientais e reputacionais, criando uma rede de impactos interdependentes.

Automação inteligente: o motor da conformidade contínua
Na nova ordem regulatória, a tecnologia é mais do que apoio, é o motor que mantém a gestão de riscos alinhada, eficiente e previsível. Por isso, plataformas digitais avançadas traduzem essas necessidades em funcionalidades práticas como:
- Dashboards com indicadores-chave (KRIs) atualizados em tempo real.
- Coleta e consolidação automatizada de evidências para auditorias.
- Simulações preditivas que antecipam cenários de risco.
- Workflows customizáveis para aderir rapidamente a novas normas.
A partir da adoção de um ecossistema tecnológico completo e integrado, empresas ampliam não só a eficiência operacional, mas também sua capacidade de antecipar e responder a mudanças regulatórias. E é neste tipo de tecnologia que a Actio acredita. Somos uma plataforma de gestão corporativa que oferece soluções integradas que impulsionam os resultados da sua organização. Nosso módulo de Gestão de Riscos oferece estas e outras funcionalidades estratégicas, que tornam a mitigação de riscos em diferencial competitivo. Além disso, apostamos constantemente em melhorias para acompanhar as atualizações que o cenário demanda. Confira o que podemos oferecer em detalhes:
Conclusão: de custo a valor estratégico
Abordar a gestão de riscos regulatórios como uma frente estratégica proativa, ao invés de um simples um centro de custos preventivos, significa tornar a prática num pilar de vantagem competitiva. Isso porque, ao antecipar às exigências, a empresa ganha reputação, previsibilidade e resiliência.
Para dar início à transformação de abordagem e aplicar essa proatividade, um bom primeiro passo é considerar em seu planejamento: métricas ESG auditáveis, mapeamento de vulnerabilidades para fiscalização digital, integração de áreas centrais em uma plataforma integrada e a criação de rotinas de simulação regulatória. Assim, a conformidade deixa de ser reativa e passa a ser um diferencial estratégico, contínuo, mensurável e sustentável.
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