Veja quais são os principais indicadores que medem o sucesso de uma gestão hospitalar Medir a qualidade dos serviços e a eficácia da gestão estratégica é fundamental para a sobrevivência e o crescimento contínuo dos hospitais. Através dos indicadores, que nada mais são que instrumentos de avaliação do desempenho da organização com base em critérios e metas pré-estabelecidas, é possível verificar os gargalos e as vantagens competitivas da instituição. Os dados coletados no ambiente hospitalar, quando cruzados e interpretados, transformam-se em ferramenta útil para a avaliação do uso consciente de recursos, da satisfação do cliente final, da qualidade dos serviços prestados e o grau de maturidade da gestão estratégica. Essas estatísticas são fundamentais para o planejamento e a prevenção de não conformidades. A construção de um indicador pode ser simples, com a mera contagem de casos e podem ser complexos com cálculos de proporções, razões e índices sofisticados. A complexidade irá variar de acordo com as metas estabelecidas e com a capacidade da organização de coletar dados concretos. No momento de criação dos indicadores, é importante definir o nome do indicador, como se calcula, o tipo (taxa, coeficiente, número absoluto), responsável, fonte de informação, frequência de medição e o objetivo do monitoramento. Pensar no que define o sucesso de um hospital é um bom ponto de partida para definir as metas e os indicadores. Segundo Fraciele Fucks, administradora da educação corporativa do Hospital Itaiguapy, o que define o sucesso de um hospital é “ter os gestores envolvidos diretamente na estratégia, desde a diretoria, até os colaboradores, para que todos trabalhem juntos no alcance das metas”. Nicola Giancristofaro, diretor administrativo financeiro do grupo Perinatal, acredita que o sucesso de um hospital está na satisfação dos envolvidos, isto é, pacientes, sócios e funcionários. Os indicadores essenciais Os indicadores podem variar de acordo com o tamanho da instituição, da sua especificidade (maternidades ou hospital-dia por exemplo), se é particular ou público, entre outras variações. Porém, existem alguns indicadores que são essenciais, pois avaliam métricas básicas da maioria das organizações hospitalares. São eles: Taxa de ocupação hospitalar Esse indicador mostra a relação percentual entre o número de pacientes por dia e o número de leitos por dia em determinado período. No entanto considera-se para o cálculo dos leitos dia, os leitos instalados e constantes do cadastro do hospital, incluindo os leitos bloqueados e excluindo os leitos extras. Número de Paciente-dia ————————————————– x 100 Número de leitos-dia Caso o hospital faça uso constante de leitos extras, a taxa de ocupação hospitalar pode ficar acima de 100%, o que é uma informação importante do ponto de vista gerencial. Nesse cálculo não são considerados os leitos de observação, recuperação pós-anestésica ou pós-operatório, berço de recém-nascidos sadios, leitos de pré parto e bloqueado por motivos transitórios (características de outros pacientes que ocupam o mesmo quarto ou enfermaria, manutenção predial ou imobiliário, falta transitória de pessoal*). Tempo médio de permanência Com esse indicador é possível media a relação entre o total de pacientes por dia e o total de pacientes que tiveram saída do hospital em determinado período, incluindo os óbitos. Ou seja, representa o tempo médio em dias que os pacientes ficaram internados no hospital. nº. de paciente/dia, durante determinado período —————————————————————————– nº. de pacientes saídos no mesmo período É importante ressaltar que esta fórmula só deve ser usada para hospitais com internações de curta permanência. Para hospitais de longa permanência deve-se utilizar no numerador a soma dos dias de internação de cada paciente que teve alta ou foi a óbito. Além disso, o cálculo desse indicador pode ser afetado pelas transferências internas. Para evitar a duplicação da internação ou a divisão da permanência do paciente, toda a permanência da internação deve ser atribuída à unidade da qual o paciente teve alta. Para cada unidade (como o CTI, por exemplo), as estatísticas devem ser feitas separadamente, incluindo todos os pacientes que passaram pela unidade. Infecção hospitalar A infecção hospitalar é aquela adquirida no hospital e que não estava presente ou em incubação quando da admissão do paciente. Ela pode manifestar-se durante a internação ou mesmo após a alta. Atualmente o termo infecção hospitalar tem sido substituído por “Infecção Relacionada à Assistência à Saúde” (IRAS). Isso inclui ambulatórios, cuidados domiciliares e as infecções adquiridas pelos funcionários do hospital. Taxa de infecção hospitalar (%): número de infecções hospitalares ————————————————— número de saídas Mortalidade Hospitalar Esse indicador monitora a relação percentual entre o número de óbitos ocorridos em pacientes internos durante um determinado período e o número de pacientes e o número de pacientes saídos Qtd de óbitos em determinado período —————————————————— x 100 Qtd de saídas no mesmo período Reingresso e Re-internação em até 30 dias Avaliar se os pacientes retornam ou se são internados novamente em um curto período de tempo é importante para definir a qualidade dos serviços prestados pelo hospital. Nesse indicador, calcula-se a relação porcentual entre o número de reinternações não programadas pela mesma causa, ou causa associada, até 30 dias da alta hospitalar e o total de saídas. Número de reinternações não programadas em até 30 dias da alta hospitalar —————————————————— x 100 Total de saídas Avaliando esses indicadores, é possível ter uma visão global da qualidade dos serviços e das prováveis crises, sendo possível evitá-las a tempo. Um surto de infecção hospitalar, por exemplo, pode ser evitado ao monitorar de perto esse indicador Segundo Franciele Fucks, o Hospital Itaiguapy faz um acompanhamento mensal com cada área, avaliando os Indicadores operacionais, estratégicos, de recursos humanos e financeiro. Desde 2014 eles utilizam o software Gestão Estratégica como o sistema principal de monitoramento dos indicadores. “Desde então nós temos os dados todos ao alcance. Todos têm as informações centralizadas, é mais prático, mais real. Antes era tudo em planilha e ficava difícil juntar toda a informação para ter uma análise global. Hoje nós temos todo o planejamento estratégico dentro do software”, conta ela. Veja também “05 motivos para evitar o uso de planilhas na gestão” Para Nicola Giancristofaro, o software GE também auxilia muito na gestão dos