No mercado corporativo, é comum vermos organizações que não conseguem colocar em prática a execução da estratégia. O índice de insucesso é tão grande que chega a atingir de 70 a 90% das organizações, segundo Norton e Kaplan (2005). Já falamos aqui no blog sobre alguns motivos que levam a uma empresa a fracassar na gestão estratégica e um deles é a falta de uma equipe dedicada no que chamamos de “escritório de gestão estratégica”. Somente relacionado a esse tema, listamos abaixo 6 motivos para você destinar uma equipe dedicada ao planejamento e execução da estratégia na sua empresa.
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TogglePor que criar um Escritório de Gestão Estratégica?
1. Práticas comuns não geram resultados diferentes
Sabe-se que as empresas que têm alcançado um nível mais avançado na estratégia colocam o BSC – Balanced Scorecard no centro de seu sistema de gestão. O diferencial está em alinhar todos os processos internos em função da estratégia. Para tal, se faz necessário montar uma equipe que se dedique a desenvolver e colocar em prática as mudanças internas requeridas. O grande erro das empresas está em planejar, fazer o orçamento, alocar recursos, monitorar o desempenho e revisar o planejamento da mesma maneira que sempre fizeram, não provocando de fato, uma mudança no modus operandi da empresa. Se você não muda a maneira de trabalhar, como pode esperar ter resultados diferentes?
2. Planejamento desintegrado
Outro problema comum de se ter a gestão estratégica feita por unidades diferentes sem uma visão integrada e consistente, é que o processo normalmente começa em algum momento no meio do ano fiscal, quando o departamento de planejamento estratégico organiza uma reunião fora da empresa para a equipe de liderança executiva atualizar estratégia baseada em uma análise dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças da empresa e do novo conhecimento adquirido desde a última reunião de estratégia, há um ano. O planejamento ocorre até bem direitinho, mas depois se perde, pois os executivos não têm uma estrutura simples de comunicação da estratégia para a empresa. Além disso, normalmente as unidades de negócio e as unidades de serviços compartilhados (Recursos Humanos e Tecnologia da Informação, por exemplo) fazem seus planejamentos separadamente, portanto, eles não refletem como devem trabalhar juntos para alcançar integração e sinergia.
3. Estratégia desvinculada do orçamento
Concomitantemente ao período do planejamento estratégico, a área financeira se dedica a confeccionar o orçamento do ano seguinte, definindo os montantes que serão destinados à operação, projetos, investimentos e define as metas financeiras para o próximo ano, incluindo receitas, dispêndios, margens operacionais e lucro. Novamente, na maioria das empresas esse processo não é sincronizado com o planejamento estratégico. Segundo Norton e Kaplan (2005), 60% das empresas não conectam os orçamentos ao planejamento estratégico.
4. Remuneração variável sem vínculo estratégico
Outro agravante é a política de remuneração variável da empresa estar totalmente a par do plano estratégico. Via de regra, é no final do ano que a área de RH (Recursos Humanos) avalia a performance anual dos colaboradores para distribuição dos prêmios e bonificações. Consequentemente, todos os funcionários atualizam o seu plano individual para o ano seguinte. Mas, a grande maioria dos gerentes e colaboradores não tem nenhum incentivo ou compensação para alinharem seus planos operacionais aos objetivos estratégicos da organização.
5. A eterna desculpa da falta de tempo
Quando não se tem alguém que seja responsável por garantir, única e exclusivamente, a execução da estratégia na empresa, as reuniões de acompanhamento e revisão periódica das metas e objetivos, vinculadas ao orçamento, ficam perdidas com a famosa desculpa dos gestores de que “não sobra tempo”. Na verdade, se não há uma área que tome essa rédea para si, dificilmente os gestores irão priorizar essa questão, pois é mais simples focar em ações táticas e “apagões de incêndio”, que demandam menos tempo e esforço no curto prazo, mas que apenas minimizam o problema, sem soluciona-los.
6. Comunicação interna desfocada
A maioria das grandes empresas possui um departamento de comunicação interna, que transmite frequentemente informações aos funcionários, porém raramente, essas mensagens enviadas se relacionam com a estratégia da organização. A grande maioria dos colaboradores não entende a estratégia do negócio no qual trabalha e quem está próximo aos consumidores. Além disso, quem operacionaliza os processos internos deveria ser o primeiro a entender a estratégia global, pois, somente assim poderá contribuir para o cumprimento efetivo dos objetivos da organização.
Com tantos processos descoordenados e difusos, não é difícil entender porque a taxa de falha na execução estratégica das empresas é tão alta. As empresas de sucesso ao invés de dedicar-se a criar métodos paliativos, dedicam-se a transformar os processos internos em processos efetivos e eficazes para, então, se concentrar na execução da estratégia. A criação de um escritório de gestão estratégica preenche a lacuna nas estruturas de gestão da maioria das empresas. Normalmente as organizações têm escritórios que administram as finanças, recursos humanos, tecnologia da informação, marketing, planejamento estratégico, e qualidade. Mas poucos têm um escritório ou departamento com responsabilidade principal pela gestão da estratégia. Embora saibamos que o cumprimento das metas é de responsabilidade de gerentes de linha e funcionários, nota-se que sem uma orientação central e uma coordenação, muitos objetivos são omitidos na prática e os processos descoordenados levam a uma execução pobre do plano estratégico.
A sua empresa possui um escritório de gestão estratégica? Conte pra gente!
Referências bibliográficas:
KAPLAN, Robert S e NORTON, David P. “Creating the Office of Strategy Management”. HAVARD BUSINESS SCHOOL. Abril 2005 Disponível em: http://www.hbs.edu/faculty/Publication%20Files/05-071.pdf