A recente epidemia de ebola mal chegou a assustar o Brasil, mas na sequência passamos a vivenciar uma das maiores crises de saúde no país: a epidemia de zika vírus. Nos últimos meses a mídia passou a noticiar casos e mais casos da doença, com o agravante de microcefalia em centenas de crianças recém-nascidas. Enquanto isso, também presenciamos a incapacidade dos gestores do país em agir rapidamente para conter uma situação que se alastra sem previsão de contenção.
Sabemos que crises acontecem, mas a falta de preparo é o principal fator que faz com que elas se tornem muito maiores e impactem negativamente na credibilidade e confiança das organizações por anos. Veja o que você, como gestor, pode aprender a partir desse episódio:
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A crise de zika vírus não foi um alerta da alta cúpula do país. Enquanto o governo se preocupava com impeachment e em rebater as acusações de corrupção e desvio de dinheiro, os profissionais de saúde de vários estados, em especial do Nordeste, clamavam por atenção por algo nunca visto antes: o crescimento de casos de microcefalia.
A imprensa já noticiava a mesma situação de alarme em vários estados quando o governo federal resolveu dar atenção ao que estava sendo dito, entretanto, ainda assim, dizia para todos ficarem tranquilos que não era uma situação tão grave quanto parecia. As ações de combate ao Aedes Aegypti, transmissor da doença, só foram tomadas muito tempo depois.
Como gestores, podemos perceber que, quando há burburinho demais na empresa, quando as pessoas estão em polvorosa tentando chamar a atenção das gerências e diretorias, é preciso ouvir com cuidado e atenção, pois uma crise pode estar a caminho.
Identificar os riscos com antecedência pode ser crucial
Nunca se pensou que o mosquito Aedes Aegypti pudesse transmitir outro tipo de doença que não a dengue. E com a dengue, estamos todos acostumados. Esse foi o pensamento mais inocente que pudemos ter na área de saúde.
Quando a empresa pensa que conhece todos os riscos inerentes ao negócio, está abrindo espaço para ser pega desprevenida, como o caso do suco contaminado ou da manipulação do Tylenol nos anos 80, um claro caso de sabotagem industrial.
Cercar-se de todos os métodos possíveis para evitar qualquer tipo de agressão à imagem da empresa é crucial para sua sobrevivência, portanto, identifique todos os riscos inerentes ao seu negócio, por mais que eles pareçam impossíveis de acontecer.
Tenha um plano de gestão de crises
Uma vez que você tenha mapeado os riscos, o melhor a fazer é criar um plano de gerenciamento de crises, isto é, um checklist com as ações a serem tomadas. A falta desse preparo ficou clara no caso da epidemia de zika vírus, pois os estados estavam combatendo a doença cada um à sua maneira, alguns sequer considerando a situação como grave.
Quando a crise se instala, a empresa deve agir como uma só, a alta direção precisa orientar e unificar os esforços para que todos trabalhem em prol do combate à ameaça. E isso precisa ser feito rapidamente para que os efeitos da crise sejam os menores possíveis.
Se o governo federal tivesse agido rápido, talvez muitos estados sequer chegassem a saber do que se trata o zika vírus. Muitas crianças não teriam sido afetadas e o estado de alarme poderia ser bem menor, bem como o comprometimento da credibilidade do governo frente à população.
O conhecimento está aí justamente para que não cometamos os mesmos erros do passado, entretanto, muitos gestores ainda não aprenderam isso. Se você ainda não passou por uma crise anunciada como a que o Brasil vive hoje, fica aqui a dica do que fazer e do que não fazer nesses momentos. O melhor é estar preparado e agir proativamente, não esperar que a situação se agrave para que você dê a devida atenção.