“Segundo a Harvard Business Review, empresas que tratam o risco apenas de forma defensiva perdem em inovação e competitividade. Robert Kaplan e David Norton já alertavam que governança e compliance devem ser indicadores estratégicos, não barreiras. E, como destaca o relatório Thoughts for Boards da Harvard Law School, a liderança precisa incorporar a integridade como valor corporativo — não apenas como obrigação legal.”
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ToggleCompliance não é freio, é motor de inovação, credibilidade e valor
Convencer uma organização sobre a importância do compliance vai além de citar leis e regulamentos. Você deve construir uma visão estratégica baseada em sustentabilidade, confiança e resiliência.
Nos últimos anos, especialmente entre 2024 e 2025, o cenário corporativo tem mostrado uma mudança clara: o compliance deixou de ser apenas uma obrigação regulatória e passou a representar um diferencial competitivo.
O estudo Global Compliance Survey 2025, da PwC, confirma essa transformação. Ele mostra que empresas em todo o mundo estão integrando governança, risco e compliance em uma base única de gestão. O objetivo vai além de evitar penalidades. É sustentar valor e credibilidade perante investidores, órgãos reguladores e clientes.
Essa transição reflete um amadurecimento do mercado. Além disso, cada vez mais, líderes empresariais reconhecem que o compliance é um pilar essencial da gestão de riscos corporativos.
A Harvard Business Review destaca que organizações que tratam o risco apenas sob uma ótica defensiva perdem capacidade de inovação e, consequentemente, competitividade. Nesse contexto, o pensamento de Robert Kaplan e David Norton, criadores do Balanced Scorecard, continua atual. Por isso, incorpore a governança e o compliance como indicadores estratégicos de desempenho, e não como restrições ao negócio.
O relatório “Thoughts for Boards: Key Issues in Corporate Governance for 2025”, da Harvard Law School Forum, reforça essa visão. Ele destaca que a ética da alta direção precisa evoluir. A liderança deve promover a integridade como um valor corporativo, e não tratá-la apenas como uma obrigação legal.
Com esse contexto, o primeiro passo para engajar uma organização é reposicionar o compliance como uma função estratégica que gera valor, fortalece a reputação e aumenta a previsibilidade do desempenho. Empresas que integram o compliance à sua cultura e à sua estratégia tornam-se mais preparadas para lidar com o inesperado, respondendo de forma coordenada a crises e transformações regulatórias.
Compliance e Estratégia
A conexão entre compliance e estratégia é a base da maturidade organizacional. Quando bem estruturado, o compliance atua como um mecanismo que protege e potencializa os objetivos estratégicos.
Em outras palavras, ele não é um obstáculo, mas sim um facilitador da sustentabilidade dos negócios. Ao integrar as políticas de compliance ao planejamento estratégico, a empresa garante que as decisões financeiras, operacionais e tecnológicas sejam tomadas com plena consciência dos riscos envolvidos.
Como resultado, esse alinhamento reduz surpresas negativas e fortalece a confiança dos stakeholders, criando uma cultura corporativa mais sólida e previsível.
As novas tendências de compliance e gestão de riscos
O segundo passo é apresentar a materialidade dos riscos e as tendências emergentes que tornam o tema inadiável. A Moody’s apontou, em 2024, que o risco de terceiros, fornecedores, parceiros e prestadores de serviço, é uma das maiores ameaças às grandes corporações, principalmente diante da complexidade das cadeias globais. De forma semelhante, a Gartner revelou que 82% dos líderes de compliance enfrentaram algum impacto decorrente de riscos de terceiros no último ano. Já o relatório “Navigating Tomorrow”, da KPMG, destacou que as mudanças regulatórias, os riscos climáticos e as turbulências de mercado estão entre os principais vetores de incerteza para os próximos anos.
A NAVEX, no estudo “Top 10 Risk & Compliance Trends 2024”, mostrou que programas de compliance eficazes são aqueles integrados à tecnologia, com monitoramento contínuo e respostas em tempo real, automatizando controles e reduzindo custos. Essas transformações confirmam que o compliance é, hoje, um ativo competitivo e não apenas um requisito normativo.
Superando objeções e criando uma visão compartilhada sobre compliance
Convencer uma organização a investir em compliance significa enfrentar objeções internas. Afinal, é comum ouvir que “compliance é custo”, “burocracia” ou “responsabilidade apenas do jurídico”. A melhor forma de superar essas barreiras é apresentar o retorno estratégico do investimento. Como resultado, programas de compliance reduzem perdas financeiras, evitam litígios e aumentam a eficiência operacional.
Frameworks reconhecidos internacionalmente, como a ISO 31000 e a ISO 19600, demonstram que é possível criar programas escaláveis e adaptáveis à realidade de qualquer empresa. Além disso, o COSO integra risco e controle corporativo, reforçando que o compliance é um vetor de governança inteligente, não um entrave ao crescimento.
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Estrutura essencial de um programa de compliance eficaz
Um programa de compliance robusto deve seguir uma estrutura clara e replicável, composta por sete pilares fundamentais:
- Comprometimento da alta direção, com patrocínio do CEO e envolvimento do conselho.
- Mapeamento de riscos de compliance, considerando temas críticos como corrupção, privacidade, ESG e sanções.
- Avaliação e priorização de riscos, com base em impacto e probabilidade.
- Desenho de controles e políticas internas, apoiados por tecnologias de monitoramento.
- Treinamento e comunicação contínua, para fortalecer a cultura de integridade.
- Monitoramento e auditoria independente, para avaliar a efetividade das ações.
- Transparência e reporte aos stakeholders, assegurando credibilidade e accountability.
Esses princípios estão em linha com as recomendações do Institute of Risk Management (IRM) e da FERMA, que defendem o compliance como componente estruturante da gestão de riscos corporativos moderna.
Mostrando resultados concretos para manter o engajamento
Para engajar e convencer, é preciso demonstrar resultados tangíveis logo no início. Pequenas vitórias estratégicas, como a redução de não conformidades em contratos, o aumento da adesão a treinamentos ou a implantação de um canal de denúncias eficiente, constroem credibilidade e geram tração interna. Relatórios trimestrais de desempenho de compliance e comunicados à alta gestão também reforçam a percepção de valor e mostram o retorno sobre investimento.
Comunicação e cultura: o motor invisível do compliance
Afinal, nenhum programa prospera sem uma cultura organizacional que valorize a integridade. Além disso, a comunicação precisa ser direcionada a diferentes públicos. Por exemplo, o conselho de administração deve entender o impacto estratégico e reputacional, os gestores, as responsabilidades operacionais, e os colaboradores, os reflexos práticos no dia a dia.
Quando o discurso da liderança é coerente com a prática, o compliance deixa de ser uma obrigação e se transforma em um valor compartilhado.
Indicadores e evolução contínua
Por isso, de forma prática, um programa de compliance eficaz precisa de métricas claras. Entre elas, destaca-se o número de casos investigados, tempo médio de resolução, adesão aos treinamentos, due diligence de fornecedores, incidentes de não conformidade e custos evitados. Como resultado, esses KPIs de compliance ajudam a quantificar o progresso e embasar decisões de melhoria contínua.
Como defendem James Lam e Douglas Hubbard, medir risco e desempenho com base em dados é o único caminho para transformar o compliance de uma arte em uma ciência.
O futuro do compliance e a integração com a gestão de riscos corporativos
Fato é que à medida que as organizações amadurecem, o compliance deve evoluir para um modelo integrado de gestão de riscos corporativos, conectado à estratégia, à inovação e à inteligência de dados. Nesse contexto, a aplicação de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e Machine Learning, já permite prever comportamentos de não conformidade e automatizar auditorias internas.
Pesquisas recentes, como o Unified Control Framework for AI Governance (2025), apontam que o futuro do compliance está na integração entre ética, tecnologia e governança. De acordo com COSO, ISO e FERMA, o risco precisa ser integrado à estratégia, e não gerido de forma isolada
Compliance como instrumento de valor
Em síntese, engajar uma organização em torno do compliance é persuadir pelo risco evitado e pelo valor criado. O risco evitado traduz-se em multas, sanções e crises reputacionais prevenidas. O valor criado reflete-se em confiança, reputação, vantagem competitiva e sustentabilidade de longo prazo.
Num mundo em que a transparência é cobrada, a regulação é crescente e a reputação é um ativo intangível vital, o compliance deixou de ser uma escolha. Ele é, hoje, um instrumento essencial de governança, resiliência e longevidade empresarial, o elo entre integridade, estratégia e desempenho.
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