Na pauta dos gestores o tema gestão de riscos em tempos de pandemia é cada vez mais frequente. Isso acontece uma vez que são muitas as incertezas as quais os líderes precisam gerenciar desde que o coronavírus se espalhou pelo mundo, alterando completamente o modo de vida global.
Embora seja impossível prever todos os riscos (ainda mais em uma pandemia), ter um modelo de gestão de riscos prepara a organização para lidar melhor com os desafios e incertezas que possam surgir.
A verdade é que muitas das empresas foram surpreendidas por um cenário de inseguranças, medo, isolamento, home office – acreditando que duraria apenas algumas semanas – e já estamos convivendo e reagindo ao segundo ano de COVID-19.
Algumas organizações que já adotavam práticas de gestão de risco conseguiram reagir com mais velocidade, enquanto outras estão implementando na marra pela necessidade imposta em decorrência do cenário atual.
Para discutir sobre a importância da gestão de riscos e como fazê-la de maneira eficiente, convidamos você a continuar lendo este artigo! Vamos lá?
O que você vai encontrar neste blog:
ToggleA importância da gestão de riscos em tempo de pandemia
Hand photo created by master1305 – www.freepik.com
Entende-se por risco a probabilidade de um determinado evento que trará algum impacto acontecer.
Nesse sentido é importante perceber que um evento, por si só, não pode ser configurado como um risco; é necessário que esse evento tenha algum reflexo, seja negativo ou positivo.
Pensando então sob essa ótica, em decorrência da pandemia temos vários cenários que podem trazer riscos à diferentes tipos de empresas, principalmente relacionados à rentabilidade e lucratividade do negócio, tais como:
- Suscitar a obrigatoriedade de fechamento dos comércios;
- Falência ou diminuição no poder de compra de clientes;
- Contaminação de colaboradores com o novo coronavírus;
- Insegurança de dados e ataques cibernéticos com o trabalho remoto;
- Incapacidade dos fornecedores em fornecer matéria prima;
- Incapacidade de honrar com os compromissos financeiros, dentre outros.
Segundo estudo realizado pela Revista Fortune, 94% das empresas de suprimentos, por exemplo, sofreram muito com todo o contexto da pandemia e tiveram que se atualizar de maneira rápida e eficiente para montar e executar um plano tático de curto prazo que minimizasse os riscos à saúde das pessoas e garantisse o funcionamento das cadeias de suprimentos globais.
Compreenda o que seria uma gestão de risco eficiente
Business photo created by snowing – www.freepik.com
Para realizar a gestão de riscos de forma eficiente, o primeiro passo a se fazer é identificar os riscos em potencial. Fazendo um planejamento de cada um dos processos e atividades, assim como de projetos iniciados, é possível verificar quais são as ameaças e oportunidades atreladas ao seu negócio. Além de definir os riscos é fundamental definir qual será o tratamento necessário para cada risco identificado e definir pontos de controle e políticas em níveis aceitáveis.
Essa não é uma tarefa fácil, apesar de ser negligenciada por muitos administradores, principalmente por pensarem que seus negócios estão livres de situações trágicas e que afetam seus empreendimentos.
No entanto, a história e a prática cada dia provam o contrário: empresas estão cada vez mais suscetíveis a problemas como esses.
Em um cenário de globalização isso é algo provável de se tornar ainda mais comum, principalmente tendo em vista que questões locais (como a de saúde pública, a exemplo do Covid-19) em um país podem repercutir em todo o mundo.
É claro que planejamentos são feitos à lápis e precisam de constantes revisões. Veja, por exemplo, a Pesquisa de Percepção de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial 2019-2020. O risco “doenças infecciosas” foi indicado como o 10º risco na lista dos 10 maiores riscos em termos de impacto. Mas, nem foi citado na lista dos 10 maiores riscos em termos de probabilidade.
Além de identificar os riscos, é muito importante que se revise os pontos de controle com periodicidade e que se monitore eventuais desvios constantemente.
Essa análise é difícil de ser feita, porque envolve probabilidades e muitas variáveis, mas, é fundamental.
Para isso existem ferramentas para auxiliar os gestores a lidar com os riscos, relacioná-los e desenvolver estratégias mitigadoras.
Figura 1 – Mapa de Interconexões dos Riscos Globais 2020 – Fórum Econômico Mundial 2019-2020
No mapa acima, por exemplo, os riscos de doenças infecciosas e ataques cibernéticos não estão conectados, mas com o trabalho remoto a informação fica dispersa e a chance de ter vazamento de dados aumenta muito.
Estão vendo como a revisão constante dos riscos é importantíssima? Por isso, reforçamos: não basta listar os riscos, é preciso geri-los.
Saiba como realizar uma gestão de riscos eficiente em tempos de pandemia
Tratando-se de gestão de riscos em tempos de pandemia, trouxemos alguns aspectos importantes que sua gestão precisa considerar:
1. Faça um mapeamento de riscos locais e globais aos quais a organização possa estar exposta
É fundamental que você busque compreender quais problemas podem, em menor e maior grau, afetar sua empresa no curto e longo prazo.
Também é necessário levantar a probabilidade desses riscos se concretizarem, realizando-se uma classificação desses riscos em faixas de probabilidade.
Por último, faça uma estimativa da magnitude do impacto caso esses eventos possam acometer seu negócio.
2. Crie equipes exclusivas para tomar decisões em situações emergenciais
Sabemos que, atualmente, medidas emergenciais estão se tornando cada dia mais comuns frente o combate à pandemia.
Elas costumam ter como objetivo buscar alternativas que permitam controlar a propagação do vírus e minimizar os problemas causados por eles.
Assim, é importante que você já tenha organizada uma ou mais equipes para responderem rapidamente à essas medidas, contornando-as de forma eficiente.
Além disso, a implementação de medidas emergenciais cria o cenário perfeito para aumentar o grau de exposição de sua organização a vários outros riscos, como por exemplo:
- Colapso estatal;
- Crises fiscais;
- Falências financeiras em larga escala;
- Crises alimentares;
- Crises econômicas.
Sendo assim, contar com o apoio de uma equipe exclusiva para lidar com esses tipos de circunstâncias vai te ajudar a ter mais rapidez em encontrar respostas mais efetivas.
3. Tenha processos flexíveis e equipes autônomas
Empresas e equipes precisam ter habilidades adaptativas bem desenvolvidas para minimizar os impactos ocasionados pelas crises.
Dessa forma, ter processos configurados de maneira a tornar mais simples a sua flexibilização é uma vantagem competitiva na hora de lidar com as dificuldades.
De acordo com estudo da FGV, empresas que estruturaram bem os processos de forma a serem mais flexíveis, concederam maior autonomia e depositaram mais confiança em suas equipes, tiveram muito mais facilidade de adaptação e resposta nesse momento que vivemos. Isso porque os próprios funcionários conseguiram se organizar e propor alternativas para continuar exercendo suas atividades no novo contexto.
4. Compartilhe a informação internamente
Nesse aspecto, é importante partilhar a informação adequadamente.
De nada adianta ter um plano de ação muito bem elaborado se aqueles que vão executá-los não sabem quais suas responsabilidades.
Ou seja: é fundamental fazer com que as orientações cheguem ao seu destino de maneira compreensível, no momento certo e sem ruído.
5. Preste atenção à saúde física e mental dos colaboradores
Seu principal recurso na hora de sair de uma crise é o capital humano. Portanto, cuide dele!
Ter um alto índice de funcionários adoecidos terá um impacto direto sobre a produtividade e manutenção dos processos da empresa.
Portanto, exerça uma gestão que considere também a saúde física e mental dos colaboradores. Em situações de pandemia é muito importante avaliar a condição psicológica dos colaboradores em função dos altos níveis de estresse, mudança na rotina, medo e possíveis lutos.
6. Tenha sempre em vista o relacionamento com o cliente
É essencial identificar como cada uma das mudanças no modelo produtivo da empresa vão repercutir junto aos clientes e considerá-las ao otimizar processos.
Busque maneiras de reduzir os desconfortos provocados e melhorar a eficiência do seu negócio na entrega de produtos ou serviços.
7. Otimize suas ferramentas de gestão de riscos em tempos de pandemia – use a tecnologia a seu favor
A tecnologia tem se mostrado um facilitador e auxiliado muitos gestores a lidar com a gestão de riscos em tempos de pandemia.
Ela facilita ao gestor acompanhar a performance do negócio, integrar diferentes departamentos e contribui para um diálogo mais efetivo e próximo aos clientes.
O módulo gestão de riscos da ACTIO ajuda as empresas a acompanhar as ameaças que podem comprometer os resultados do negócio, de maneira prática e eficiente, trazendo as informações que você precisa para tomar decisões em uma única tela.
Nosso sistema permite a identificação e cadastro das ameaças, definição e plano de ação para tratamento dos riscos levantados e, em casos de existência de riscos residuais, permite o controle e gerenciamento para garantir, de forma eficiente, o correto acompanhamento desses riscos. Além disso, permite organizar os riscos em matrizes de riscos que facilitam a visualização e gerenciamento organizacional dos mesmos, além de aplicar as melhores práticas em gerenciamento de planos de ação preventivos e corretivos.
Conclusão
Nesse contexto, podemos concluir que uma gestão de riscos em tempos de pandemia é essencial para minimizar os efeitos que empresas podem sofrer nesse período.
Sendo assim, é fundamental que as companhias invistam em processos e tecnologia para definir os riscos que envolvem cada negócio e seus tratamentos, definir pontos de controle e política em níveis aceitáveis, fazer revisões constantes e análises de desvios para que sua operação tenha mais segurança diante das inúmeras incertezas que podem afetá-las diretamente ou indiretamente.
Gostou desse conteúdo? Compartilhe com seus colegas.