O mundo vem passando por grandes transformações. Mesmo antes da pandemia se alastrar pelo planeta, alguns executivos sêniores mais visionários já se organizavam para que suas empresas não se tornassem obsoletas, atuando em um panorama de mundo que está a caminho da extinção. Isto é, havia um esforço para se tornarem empresas do futuro.
Essas pessoas já observavam tendências que viriam modificar a maneira de fazer negócios: maior conectividade e inovações disruptivas, automação em grande escala, custos de transação mais baixos por conta da transformação digital e mudanças de comportamento social, trazidas pelos millenials.
É fato que a pandemia de Covid-19 pode ter acelerado algumas mudanças. Mas temos o desafio de que, até as empresas mais bem-sucedidas, ainda são projetadas para operar pelas velhas regras de pensamento gerencial que surgiram durante a Primeira Revolução Industrial, 250 anos atrás. Elas são mecanicistas e trabalham com base na uniformidade, burocracia e controle.
Ironicamente, a pandemia se transformou em uma rara oportunidade de mudança. O tão esperado “novo normal” é exatamente a oportunidade que as companhias têm de sair da paralisia e realizar as transformações necessárias para se tornar uma empresa do futuro.
É esse o desejo da sua empresa? Siga conosco nesse artigo e entenda como transformar o seu negócio.
O que você vai encontrar neste blog:
TogglePara ser uma empresa do futuro, a mudança começa por dentro
Uma empresas do futuro possui uma identidade bem estabelecida, uma cultura forte e um plano de valor estratégico. Falaremos sobre cada um deles adiante.
Todo ser humano deseja pertencer. Por isso, no que tange à identidade, a empresa precisa criar um forte senso de pertencimento ou afiliação, tanto para seu público interno quanto para os clientes. A maneira mais simples de fazer isso é ter um propósito claro e envolvente.
O propósito nada mais é que o porquê fazemos o que fazemos. Qual é a motivação para essa empresa existir? Esse é um fator de diferenciação indispensável para uma empresa do futuro.
Ele personifica a organização, ajuda a atrair talentos e os retém, ajuda os acionistas a tomarem decisões estratégicas, além de inspirar comprometimento, podendo até abrir mercados que não foram previamente explorados.
Outro ponto importante é o plano de valor, ou seja, um documento que traduz os objetivos e metas da organização em elementos tangíveis e detalha características tais como postos, praças atendidas, linhas de produtos e seus diferenciais.
Com esse documento, fica mais claro para a gestão identificar onde o valor é gerado, seus pontos fortes e o que pode impulsionar seu sucesso. É muito comum que as empresas tenham estratégias para gerar valor, mas são raras as que conseguem identificar como e onde esse valor é gerado.
O pulo do gato é usar o plano de valor para concentrar as energias no que realmente importa e dar a cada colaborador a visão de como ele impacta no todo. Pensar na realocação inteligente de recursos, de forma ágil e contínua, pode ser um motor de impulsão no mercado do “novo normal”.
O terceiro e último ponto de atenção interno para se tornar uma empresa do futuro é a cultura organizacional. Nas empresas que se destacam no mercado, a cultura é impulsionadora do desempenho e mantém a saúde organizacional. A cultura engloba tudo: desde a seleção de funcionários e sua integração até o modo como as decisões são tomadas.
Quando a cultura da organização é estabelecida e fortificada, talentos que são compatíveis com o perfil do negócio são atraídos – e o melhor, retidos – impulsionando o plano de valor e turbinando o desempenho da companhia.
Alguns aspectos revelam uma cultura forte: líderes que atuam da maneira que empresa espera, práticas de trabalho que são diferentes do comum e abordagens inovadoras de situações importantes e cotidianas. Você reconhece esses aspectos na sua empresa?
A empresa do futuro é ágil
Muito têm se falado em metodologias ágeis e não é por acaso. A pandemia trouxe a necessidade de se adaptar rapidamente ao novo contexto mas, mesmo antes do coronavírus virar o mundo de cabeça pra baixo, já se discutiam as vantagens de ter processos flexíveis e simplificados, trazendo mais agilidade às tomadas de decisão e à operação.
Um levantamento feito pela consultoria McKinsey recentemente, constatou que as organizações que tomam decisões rapidamente têm probabilidade duas vezes maior de tomar decisões de alta qualidade em relação às que são lentas na tomada de decisões.
O estudo evidencia ainda que as organizações que tomam decisões assertivas e rápidas no dia a dia têm maior probabilidade de apresentar um melhor resultado do que as organizações muito burocratizadas e lentas.
No entanto, para tornar as empresas mais velozes, é preciso mexer nas estruturas. A alta burocracia, dificuldade de acesso às informações e falta de clareza estratégica são fatores que limitam a velocidade das empresas e que precisam de reformulação.
Outro ponto que vale chamar a atenção é que diante da necessidade de implantar tecnologias que permitam às pessoas trabalhar remotamente, os líderes estão aproveitando a oportunidade para acelerar a adoção da tecnologia e a inovação em suas organizações. Essa é uma forte característica de uma empresa do futuro.
A empresa do futuro é horizontal
As empresas que querem se preparar para o futuro precisam mudar a cultura hierárquica. Não estamos falando aqui de erradicar a hierarquia, mas fazer com que ela seja menos importante na rotina da empresa e, principalmente, não seja um limitador da evolução ágil do negócio.
Nas organizações mais modernas, a estrutura é mais nivelada e a gestão do desempenho se torna mais forte. Os gestores precisam ser treinadores e viabilizadores das mudanças, incentivadores do desempenho e não micro gerenciadores (que mantém controle até dos menores detalhes).
A autogestão dos funcionários é uma tendência cada vez maior, ancorada na tecnologia que distribui as prioridades e auxilia os gestores a ter visão do todo.
As pessoas terão mais liberdade no que tange ao horário de trabalho, ao local em que vão escolher trabalhar e serão estimuladas a atuar em cooperação. O trabalho em equipe será cada vez mais valorizado em detrimento da competição, até porque, muito se investirá em equipes pequenas e multidisciplinares (squads), capazes de se autogerir, tomar decisões, solucionar problemas e propor inovações enquanto testam, aprendem, corrigem e tentam novamente.
Uma equipe auto-organizada precisa também ser autossuficiente. Por isso, é necessário capacitar os colaboradores, manter o foco na comunicação e colaboração entre os times, além de engajar as pessoas e mantê-las sempre criativas e motivadas para fazerem o seu melhor. Ao conseguir isso, você estará perto de ser uma empresa do futuro.
A empresa do futuro valoriza o capital humano
Levando em conta o tópico anterior, observa-se que as pessoas começam a ser vistas como o principal recurso da empresa. Sendo assim, atrair e reter talentos é fundamental para o sucesso da empresa do futuro. Por isso, ter uma cultura forte e proporcionar um ambiente diverso e atraente para os talentos, além de ser uma experiência inclusiva, faz toda diferença na hora de atrair os melhores.
Outro ponto é que a empresa do futuro se mantém atenta a satisfação do colaborador e suas habilidades especiais, sendo ágil na realocação dos talentos internamente a fim de manter o colaborador motivado e o desempenho da companhia em níveis altos.
De acordo com o relatório Getting to Equal 2019, as companhias que contam com diversidade e inclusão em sua equipe são 11 vezes mais inovadoras e seus colaboradores são 6 vezes mais criativos do que os concorrentes.
Além disso, é importante que os gestores tenham em mente que cada vez mais as profissões podem ser automatizadas. Mas, a substituição de postos mais burocráticos pela tecnologia abre também espaço para cargos mais estratégicos nas empresas, como analista de dados ou curadores de conteúdo. Nos estudos de futurologia do trabalho, não se fala em menos postos de trabalho, mas sim, em diferentes possibilidades de atuação.
Empresas do futuro atuam em ecossistema
Se antes o lema era ganhar cada vez mais influência e controlar o mercado, em breve as empresas do futuro vão se estabelecer por meio de redes nas quais os parceiros repartem informações, recursos e habilidades. Assim, as comunidades de empresas podem gerar valor e se proteger mutuamente.
Adotar uma visão sistêmica é fundamental, pois além de criar espaço para a fluidez ao invés de planos estáticos, demonstra que os parceiros não são concorrência, são extensões da própria empresa.
Quer ver um exemplo? Em 2014, a Tesla surpreendeu o mercado ao publicar suas patentes e incentivar outras empresas a usar a propriedade intelectual dela. Esse é um exemplo perfeito de atuação em ecossistema.
A montadora americana previa que não conseguiria ampliar seu mercado sem a ajuda de parceiros que pudessem também construir estações de recarga e que pudessem oferecer serviços de apoio aos veículos elétricos. Ao colaborar com os parceiros, a Tesla abriu espaço para o próprio crescimento. Assim, todos ganham.
Outro exemplo foi a Magazine Luiza que lançou uma plataforma digital “Parceiro Magalu”, voltado para que micro e pequenas empresas e trabalhadores autônomos pudessem vender pela internet, sem sair de casa. A plataforma reforça a rede da Magalu, que aumenta sua presença no mercado digital e cria uma imagem positiva para a empresa. O plano era lançar a plataforma em cinco meses, mas o lançamento aconteceu em cinco dias, segundo o CEO do Magazine Luiza Frederico Trajano — que revelou que o motivo da agilidade foi a pandemia.
Empresas do futuro valorizam os dados e aceleram a aprendizagem
A organização que estão se preparando para ser uma empresa do futuro já entendeu que os dados são o coração da empresa. Eles não são usados apenas para fazer relatórios ou criar previsões corporativas. Eles são peça-chave do negócio.
Para que isso se torne uma realidade, é preciso investir em governança de dados, utilizar sistemas em nuvem, propiciar a escalabilidade para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e até negócios em tempo recorde. Isso tudo requer habilidades modernas de DevOps, bem como outras capacidades que são novidade para a maioria dos líderes.
Daí a importância de acelerar e investir nos processos de aprendizagem contínua do negócio. Empresas de alto desempenho incentivam a aprendizagem contínua como valor interno e ajuda as pessoas a se adaptarem e se reinventarem para atender a necessidades do mercado em constante mudança.
Estimular ambientes de aprendizagem – e testagem – promove o aperfeiçoamento dos funcionários, que se capacitarão a trazer inovações para o negócio. O mais importante é sinalizar para toda a empresa que a aprendizagem, a experimentação e a inovação fazem parte da cultura organizacional e devem estar presentes no dia a dia. A inovação e o aprendizado constante não são responsabilidades apenas de uma equipe de projetos ou de um grupo especializado.
A título de curiosidade, a consultoria Accenture fez um estudo que reuniu 10 mil balanços de empresas de 18 setores. Os resultados mostraram que entre 2011 e 2018, os setores de energia e varejo foram os que apresentaram maior disrupção no país. Curiosamente, os setores com taxas de disrupção mais baixas foram os mais vulneráveis às transformações.
Conclusão
Sem dúvida, a pandemia de COVID-19 trouxe um desarranjo muito grande para todo mundo, em nível pessoal, profissional e organizacional. Mas, se as organizações conseguirem adotar uma mentalidade de que em toda crise existe uma oportunidade, poderão usar esse momento como a chance de sair da paralisia para criar sistemas e modos de organização mais flexíveis, integrados, e, quem sabe até mais humanos.
Atuando de forma mais descentralizada e ágil, valorizando os recursos humanos e adotando a tecnologia como aliada para processamento de dados e transformação digital de processos, as organizações estarão mais preparadas para enfrentar o que se chama de “novo normal”.
E então? Sua organização está se preparando para ser uma empresa do futuro? Conte com a Actio como seu parceiro tecnológico nessa transformação. Vamos atuar em rede?